sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Chico Xavier

A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.

A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.

A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.

Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.

(Chico Xavier)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Meu pai descanse em paz!!!!!Te Amo!!

SOCIM:

Este foi um Exemplo de Verdadeiro Homem com todas às Letras, um exemplo de pessoa, corretíssima, humilde, simples, de uma bondade sem precedentes, sempre estendendo sua mão ao próximo, um excelente Pai, sempre presente. Dedicou toda sua vida para sua Família, só deixou bons exemplos.

Ele Partiu para um Plano Superior, onde ele sempre estará presente em nossas mentes. Ficará um Vazio muito grande entre nós. Agora só nos resta pedir para que ele olhe sempre por nós, pois algum dia com certeza nos encontrará. SOCIM descanse em Paz!

18-08-1944 - 18-10-2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

BOLINHA DE PAPEL...




Quando mais jovem, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva e na menor provocação, explodia magoando meus amigos. Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado. Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas depois de uma explosão de raiva, e me entregou uma folha de papel lisa e dizendo: Amasse-a! Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha. Agora – voltou a dizer-me, deixe-a como estava antes. É óbvio que não pude deixa-la como antes. Por mais que tentei, o papel ficou cheio de dobras. Então, disse-me o professor: O coração das pessoas é como esse papel... a impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados. Assim aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro deste papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas muitas vezes é tarde demais. Alguém disse, certa vez:

"Fale quando tuas palavras sejam tão suaves como o silêncio".
DEUS TE ABENÇOE ..


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Razão .....Paixão......

E a Sacerdotisa falou novamente e disse:"Fala-nos da Razão e da Paixão".
E ele respondeu,dizendo:
Vossa alma é frequentemente um campo de batalha onde  vossa razão e vosso juízo combatem vossa paixão e vosso apetite.
Pudesse eu ser o pacificador de vossa alma,transfomando a discórdia e a rivalidade entre vossos elementos em união e harmonia.
Mas como  poderei fazê-lo,a menos que vós próprios sejais também pacificadores,mais ainda,enamorados de todos vossos elementos?
Vossa razão e vossa paixão são o leme e as velas de vossa alma navegante.
 Se  vossas velas e vosso leme se quebram,só podereis ficar derivando ou permanecer imóveis no meio do mar.
Pois a razão,reinando sozinha,restringe todo impulso;e a paixão ,deixada a si,é um fogo que arde até sua própria destruição.
Portando,que vossa alma  eleve vossa razão á altura de vossa paixão,para que  ela  possa cantar.
E que dirija  vossa paixão a  passo com a razão,para que ela possa viver numa ressurreição cotidiana e,tal a Fênix,renascer das cinzas.
Gostaria de que tratásseis vosso juízo e vosso  apetite como trataríeis dois hospedes amados em vossa casa.
Certamente não honraríeis a um hóspede mais do que ao outro;pois quem procura tratar melhoror a um dos dois ,perde o amor e a confiança de ambos.

Entre as colinas,quando vos sentardes á sombra fresca dos álamos brancos,partilhando a Paz e a Serenidade dos campos e dos prados distantes,então que vosso coração diga em silêncio:"Deus repousa na Razão".
E quando bramir a tempestade,e o vento poderoso sacudir a floresta,e o trovão eo relâmpago proclamarem qa majestade do céu ,então que vosso coração diga com temor e respeito:"Deus age na Paixão".
E já que sois um sopro na esfera de Deus e uma folha na florestaa de Dus,também devereis descansar  na Razão e agir na Paixão.                                               

terça-feira, 20 de setembro de 2011

......... :)

Insistir naquilo que já não existe é como calçar um sapato que não te cabe mais. Machuca, causa bolhas, chega a carne viva e sangra. Então é melhor ficar descalço! Deixar livre o coração, enquanto vive. Deixar livre os pés, enquanto cresce. Porque quando a gente cresce, o número muda! Às vezes você tem que esquecer o que você QUER para estar pronto para receber o que você MERECE!
 Elvis Presley
We're caught in a trap
I can't walk out
Because I love you too much baby

Why can't you see
What you're doing to me
When you don't believe a word I say?

We can't go on together
With suspicious minds
And we can't build our dreams
On suspicious minds

So, if an old friend I know
Drops by to say hello
Would I still see suspicion in your eyes?

Here we go again
Asking where I've been
You can't see these tears are real
I'm crying

We can't go on together
With suspicious minds
And we can't build our dreams
On suspicious minds

Oh let our love survive
Or dry the tears from your eyes
Let's not let a good thing die

When honey, you know
I've never lied to you

(we can't go on together)

We can't go on together
With suspicious minds
And we can't build our dreams
On suspicious minds

We're caught in a trap
I can't walk out
Because I love you too much baby

Why can't you see
What you're doing to me
When you don't believe a word I say?

We're caught in a trap
I can't walk out
Because I love you too much baby

 
Mentes desconfiadas 
Nós caímos numa armadilha
E não posso sair dela
Porque eu te amo muito

Por que você não consegue ver
O que está fazendo comigo,
Quando você não acredita em nenhuma palavra que eu digo?

Nós não podemos continuar juntos
Com essas desconfianças
Nós não podemos construir nossos sonhos
Em mentes desconfiadas

Então, se uma antiga amiga que eu conheço
Passar para dizer "Oi"
Eu ainda veria desconfiança em seus olhos?

Lá vamos nós de novo
Perguntando onde eu estive
Você não pode ver que estas lágrimas são reais
Eu estou chorando

Nós não podemos continuar juntos
Com essas desconfianças
Nós não podemos construir nossos sonhos
Em mentes desconfiadas

Oh, deixe nosso amor sobreviver
Ou seque as lágrimas de seus olhos
Não vamos deixar uma coisa boa morrer

Quando, meu amor, você sabe
Que eu nunca menti para você

(não podemos continuar juntos)

Nós não podemos continuar juntos
Com essas desconfianças
Nós não podemos construir nossos sonhos
Em mentes desconfiadas

Nós caímos numa armadilha
E não posso sair dela
Porque eu te amo muito

Por que você não consegue ver
O que está fazendo comigo,
Quando você não acredita em nenhuma palavra que eu digo?

Nós caímos numa armadilha
E não posso sair dela
Porque eu te amo muito

Não! Eu não lamento nada


Non, Je Ne Regrette Rien
Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
Ni le bien, qu'on m'a fait,
Ni le mal, tout ça m'est bien égal!

Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
C'est payé, balayé, oublié,
Je m'en fous du passé.

Avec me souvenirs,
J'ai allumé le feu,
Mes chagrins, mes plaisirs,
Je n'ai plus besoin d'eux.

Balayés les amours,
Avec leurs trémolos,
Balayés pour toujours,
Je repars à zéro.

Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
Ni le bien, qu'on m'a fait,
Ni le mal, tout ça m'est bien égal!

Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
Car ma vie, car mes joies,
Aujourd'hui, ça commence avec toi!
 
Não! Eu não lamento nada 

Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado! (2)

Com minhas lembranças
Acendi o fogo (3)
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!

Varridos os amores
E todos os seus tremores (4)
Varridos para sempre
Recomeço do zero.

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Place In My Heart Nana Mouskouri (tradução)

Recebi sua carta ontem
De alguma cidade pequena que eu nunca ouvi falar
E lá dizia que você estava a caminho
Mas não para onde você iria

Você disse que está seguindo o sol
Mas você realmente sabe com certeza
Pois depois que tudo é dito e feito
Apenas o que é que estás à procura

Há um lugar no meu coração
Eu queria que seus olhos pudessem ver
E não há ninguém na terra
Que te ama tanto quanto eu

Se você simplesmente viajar
Até não sei onde
Há um lugar em meu coração
Que você nunca poderá achar de novo

E então você viaja com o vento
Você encontrará alguma estrada para voar junto
E apesar de sua carta dizer
Seu coração pode esquecer logo a música

Depois, você pode um dia escrever um poema
Que conta a sua vida em palavras de fogo
Mas você nunca terá uma casa
Ou encontrará o amor que deseja

E assim, indo para o mar
Agora que as flores estão florescendo
Apenas quando a selvagem árvore mimosa
Está como a cor do nosso quarto

quarta-feira, 20 de julho de 2011

........ :)

Um dia, eu perdoei meu inimigo
e fui forte…

no outro eu pedi perdão
e fui grande.

Um dia, mostrei minhas razões
e fui eloqüente…

no outro, ouvi meu próximo
e fui humano.

Um dia, lutei pela minha causa
e fui bravo..

no outro, lutei pela causa alheia
e fui gente.

Um dia, batalhei pelo que queria
e fui perseverante…

no outro, dividi o pão
e fui rico!

Um dia, recebi aplausos
e fui admirado…

no outro, fiz o bem em silêncio
e os anjos me aplaudiram.

Um dia, usei a inteligência
e fui respeitado…

no outro, usei o coração
e fui amado!
Quando me dei conta minha vida mudou quando mudei minhas atitudes diante da vida e dos fatos.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sinhazinha (despertar) Chico Buarque

Tá na hora de acordar, sinhazinha
Tem muito o que fazer
Tem cabeça pra tratar
Tem que ler caderno B
Hora no hoemopata
Fita no vídeo-clube
Tá na hora de acordar
Tem a vida pra viver
Tem convite pra dançar
Telefone pra você
Namorado pra ligar
Vinho branco pra esquecer
Tá na hora de acordar, sinhazinha
Não chamo uma outra vez
Que tem búzio pra jogar
Tem massagem no chinês
Instituto de ioga
Coleção nas vitrines
Tá na hora de acordar
Tá na idade de querer
Namorado pra casar
Casamento pra sofrer
A cabeça pra dançar
E a vontade de morrer
Disco novo pra rodar
Vinho branco pra esquecer

terça-feira, 28 de junho de 2011

Caio Fernando Abreu

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”

Pálpebras de Neblina

Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar. Andar e olhar. Sem pensar, só olhar: caras, fachadas, vitrinas, automóveis, nuvens, anjos bandidos, fadas piradas, descargas de monóxido de carbono. Da praça Roosevelt, fui subindo pela Augusta, enquanto lembrava uns versos de Cecília Meireles, dos Cânticos: "Não digas 'Eu sofro'. Que é que dentro de ti és tu? / Que foi que te ensinaram/ que era sofrer ?" Mas não conseguia parar. Surdo a qualquer zen-budismo, o coração doía sintonizado com o espinho. Melodrama: nem amor, nem trabalho, nem família, quem sabe nem moradia - coração achando feio o não-ter. Abandono de fera ferida, bolero radical. Última das criaturas, surto de lucidez impiedosa da Big Loira de Dorothy Parker. Disfarçado, comecei a chorar. Troquei os óculos de lentes claras pelos negros ray-ban - filme. Resplandecente de infelicidade, eu subia a Rua Augusta no fim de tarde do dia Tão idiota que parecia não acabar nunca. Ah! como eu precisava tanto de alguém que me salvasse do pecado de querer abrir o gás. Foi então que a vi. Estava encostada na porta de um bar. Um bar brega - aqueles da Augusta-cidade, não Augusta-jardins. Uma prostituta, isso era o mais visível nela. Cabelo malpintado, cara muito maquiada, minissaia, decote fundo. Explícita, nada sutil, puro lugar comum patético. Em pé, de costas para o bar, encostada na porta, ela olhava a rua. Na mão direita tinha um cigarro, na esquerda um copo de cerveja.
E chorava, ela chorava. Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, a prostituta na frente do bar chorava devagar, de verdade. A tinta da cara escorria com as lágrimas. Meio palhaça, chorava olhando a rua. Vez em quando, dava uma tragada no cigarro, um gole na cerveja. E continuava a chorar - exposta, imoral, escandalosa - sem se importar que a vissem sofrendo. Eu vi. Ela não me viu. Não via ninguém, acho. Tão voltada para a própria dor que estava, também, meio cega. Via pra dentro: charco, arame farpado, grades. Ninguém parou. Eu, também, não. Não era um espetáculo imperdível, não era uma dor reluzente de néon, não estava enquadrada ou decupada. Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca grossa da vida. Sem o recurso dessas benditas levezas de cada dia - uma dúzia de rosas, uma música de Caetano, uma caixa de figos. Comecei a emergir. Comparada à dor dela, que ridícula a minha, dor de brasileiro-médio-privilegiado. Fui caminhando mais leve. Mas só quando cheguei à Paulista compreendi um pouco mais. Aquela prostituta chorando, além de eu mesmo, era também o Brasil. Brasil 87: explorado, humilhado, pobre, escroto, vulgar, maltratado, abandonado, sem um tostão, cheio de dívidas, solidão, doença e medo. Cerveja e cigarro na porta do boteco vagabundo: carnaval, futebol. E lágrimas. Quem consola aquela prostituta? Quem me consola? Quem consola você, que me lê agora e talvez sinta coisas semelhantes? Quem consola este país tristíssimo? Vim pra casa humilde. Depois, um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu me esquecesse de mim. E fez. Quando gemeu "dói tanto", contei da moça vadia chorando, bebendo e fumando (como num bolero). E quando ele perguntou "porquê?", compreendi ainda mais. Falei: "Porque é daí que nascem as canções". E senti um amor imenso. Por tudo, sem pedir nada de volta. Não-ter pode ser bonito, descobri. Mas pergunto inseguro, assustado: a que será que se destina?

(in: Pequenas Epifanias)Caio F. Abreu

    sexta-feira, 17 de junho de 2011

    Canção para um Desencontro

    Deixa-me errar alguma vez,
    porque também sou isso: incerta e dura,
    e ansiosa de não te perder agora que entrevejo
    um horizonte.
    Deixa-me errar e me compreende
    porque se faço mal é por querer-te
    desta maneira tola, e tonta, eternamente
    recomeçando a cada dia como num descobrimento
    dos teus territórios de carne e sonho, dos teus
    desvãos de música ou vôo, teus sótãos e porões
    e dessa escadaria de tua alma.

    Deixa-me errar mas não me soltes
    para que eu não me perca
    deste tênue fio de alegria
    dos sustos do amor que se repetem
    enquanto houver entre nós essa magia.

    In: "Secreta mirada"Lya Luft

    Canção das mulheres (Lya Luft)

    Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

    Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

    Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

    Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

    Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

    Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

    Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

    Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

    Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

    Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

    Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

    Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

    sexta-feira, 27 de maio de 2011

    Não precisa..Paula Fernandes

    Você diz que não precisa
    Viver sonhando tanto
    Que vivo a fazer
    Demais, por você
    Diz que não precisa
    A cada vez que canto
    Uma canção a mais, pra você
    Mas tem que ser assim
    Pra ser de coração
    Não diga não precisa
    Tem que ser assim
    É seu meu coração
    Não diga não precisa
    Eu já sonhei com a vida
    Agora vivo um sonho
    Mas viver ou sonhar
    Com você, tanto faz
    Não diga não precisa
    Eu digo que é preciso
    A gente se amar demais
    Nada a mais.............


    Lindinha demais, a letra desta música da Paula Fernandes com a participação de Victor e Leo....


    sexta-feira, 20 de maio de 2011

    Pra Você!!!!Paula Fernandes

    Eu quero ser pra você
    A alegria de uma chegada
    Clarão trazendo o dia
    Iluminando a sacada

    Eu quero ser pra você
    A confiança o que te faz
    Te faz sonhar todo dia
    Sabendo que pode mais

    Eu quero ser ao teu lado
    Encontro inesperado
    O arrepio de um beijo bom
    Eu quero ser sua paz a melodia capaz
    De fazer você dançar

    Eu quero ser pra você
    A lua iluminando o sol
    Quero acordar todo dia
    Pra te fazer todo o meu amor

    Eu quero ser pra você
    Braços abertos a te envolver
    E a cada novo sorriso teu
    Serei feliz por amar você

    Se eu vivo pra você
    Se eu canto pra você
    Pra você

    segunda-feira, 16 de maio de 2011

    Crônica do Amor ....(Arnaldo Jabor)

    Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

    O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

    Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

    Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

    Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

    Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

    Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
    ódio vocês combinam. Então?

    Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

    Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
    menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

    Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
    este cara?

    Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

    É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
    por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

    Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

    Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

    Não funciona assim.

    Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

    Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso.

    Relacionamentos...(Arnaldo Jabor)

    Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.

    Detesto quando escuto aquela conversa:
    - Ah, terminei o namoro...
    - Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
    - Cinco anos.... que pena... acabou...
    - é... não deu certo...

    Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

    Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
    Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
    E não temos essa coisa completa.

    Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
    Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
    Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
    Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
    Tudo junto, não vamos encontrar.

    Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
    Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.

    E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
    Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

    Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.

    Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.

    Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
    O ser humano não é absoluto.

    Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama.
    Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?

    O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.

    Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

    Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

    Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.

    E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.

    Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

    Na vida e no amor, não temos garantias.
    Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
    E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...

    Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ????

    domingo, 15 de maio de 2011

    Carta de Seth ..........

    "Sou feito de sentimentos, emoções, de luz, de amor. Sou a voz que você ouve quando pede um conselho, sou quem te toma nos braços quando necessita, talvez, agora, enquanto lê essas palavras, eu esteja aí, ao seu lado, olhando dentro dos seus olhos como quem quisesse enxergar o que teu coração demonstra,mais tarde... à noite, quando você se deita... sou quem nina seus sonhos sentado ao seu lado esperando você dormir... dizendo que tudo vai ficar bem.
    Se ao menos você pudesse me perceber, se notasse o que sinto ao seu lado... basta você querer, basta por alguns instantes esquecer seus problemas, fechar os olhos, como se nada mais existisse, me deixe chegar perto de ti... te abraçando... sinta meu coração batendo ao compasso do teu... sinta que não está sozinha, nunca esteve! Apenas esqueceste de olhar mais com os olhos do teu coração... então abra os olhos... veja os meus... me conheça.
    Quem sou eu pra pedir para que me note? Apenas um anjo que se deixa levar por suas emoções, que desconhece o que é errado... se entrega, se rende... vagando por estrelas, nuvens, pelo céu escuro da noite... olhando pelos outros, despertando amores, anseios, paz nas almas que fraquejam, sentado ali de cima olhando você... te observando... deixando, às vezes, uma lágrima cair e se fazer uma gota de sereno que te toca os lábios... lágrima essa por não poder nada mais que apenas te ver... sentir sem poder tocar.
    Manifestando através de pequenas coisas, como um sorriso sincero nos lábios de alguém que você não conhece, o toque de uma criança a te fazer carinho, palavras escritas nas páginas de um livro que te chamam atenção, palavras que mexem e emocionam o coração ditas do nada, como um sussurro em seu ouvido... e se um dia uma brisa leve e suave tocar seu rosto, não tenha medo, é apenas minha saudade que te beija em silêncio.
    Os humanos têm um hábito muito peculiar de julgar seus semelhantes por sua aparência, de rotular pessoas as quais nunca viram... apenas pelo modo como ela se apresenta... porém, consigo ver dentro de cada um o que realmente são... e me assusto algumas vezes em como podem os humanos deixar-se levarem por embalagens, por invólucros... deixam de terem muitas vezes ao seu lado verdadeiros tesouros, amizade sincera, lealdade, companheirismo... simplesmente por não terem gostado do rosto do indivíduo. Imagine uma roseira cheia de espinhos, ninguém acreditaria que dela pudesse brotar uma rosa tão bela, sensível e delicada.
    É do interior que nascem as flores. Pude conhecer seu interior... me deparei com uma flor linda... e com muitas qualidades. Se preserve assim... muitas vezes é melhor sermos o que realmente somos... a viver como as pessoas acham que deveríamos ser... Não existe ninguém melhor, ou pior que ninguém... apenas diferentes umas das outras e essas diferenças são que mostram quem realmente você é. Fico assim... dizendo as coisas que me aparecem dentro do peito, contando o que se passa em mim, como se estivesse desabafando... pois Deus nos fez para cuidar dos outros... e quem cuidará de nós?
    Continuarei aqui... meio que escondido, ao teu lado, te olhando, te sentindo... esperando para que um dia você deixe seu coração "olhar" e me ver... daí, enfim, poderia eu mostrar o quanto você é especial pra mim. Um poema deixado no ar, palavras implorando para viver como uma estrela que o dia não vê e que espera a noite chegar para poder mostrar-se, a canção de amor que sai da sua boca... são as coisas que sempre sussurro ao seu coração, tento traduzir emoções que nunca senti antes, algo realmente novo pra mim, paz, atração, paixão, amor, algo especial... sincero... verdadeiro.

    Cidade Dos Anjos - Angel

    Passou todo o tempo esperando
    Por aquela segunda chance
    Por uma oportunidade que deixaria tudo bem
    Sempre há um motivo
    Para não se sentir bem o suficiente
    E é difícil no fim do dia
    Eu preciso de alguma distração
    Oh, belo descanso
    Lembranças vazam das minhas veias
    Deixe-me ficar vazia
    E sem peso e talvez
    Eu encontre alguma paz esta noite

    Nos braços de um anjo
    Voe para longe daqui
    Deste escuro e frio quarto de hotel
    E da imensidão que você sente
    Você é arrancado das ruínas
    De seu devaneio silencioso
    Você está nos braços de um anjo
    Talvez encontre algum conforto aqui

    Tão cansado da linha reta
    E para todo lugar que você se vira
    Existem abutres e ladrões nas suas costas
    E a tempestade continua se retorcendo
    Você continua construindo a mentira
    Que você inventa por causa de tudo o que não tem
    Não faz nenhuma diferença
    Escapar uma última vez
    É mais fácil acreditar nessa doce loucura
    Esta gloriosa tristeza que me deixa de joelhos

    Nos braços de um anjo
    Voe para longe daqui
    Deste escuro e frio quarto de hotel
    E da imensidão que você sente
    Você é arrancado das ruínas
    De seu devaneio silencioso
    Você está nos braços de um anjo
    Talvez encontre algum conforto aqui
    Você está nos braços de um anjo
    Talvez encontre algum conforto aqui
     
     


    Gibran Kahlil

    “Sim, conheci vossas alegrias e vossas mágoas, e quando dormíeis, vossos sonhos eram meus sonhos…
    E muitas vezes estive entre vós como um lago no meio das montanhas…”

    “Breves foram meus dias entre vós e mais breves ainda as palavras que pronunciei.
    Mas se um dia minha voz se desvanecer em vossos ouvidos, e se meu amor se evaporar da vossa memória então voltarei a vós!”

    “Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.”

    “Os corações que as tristezas unem permanecem unidos para sempre. O laço da tristeza é mais forte que o laço da alegria. E o amor que as lágrimas lavam torna-se eternamente puro e belo.”

    “As árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio.”

    “Muitas mulheres ocupam o coração de um homem; poucas chegam a apropriar-se dele.”

    “Asas Partidas
    O amor é a única flor que desabrocha sem a ajuda das estações.”

    “Pois as distâncias não existem para a recordação; e somente o esquecimento é um abismo que nem a voz nem o olho podem atravessar.”

    “O amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio.”

    “A música é a linguagem dos espíritos.”

    “Deve existir algo estranhamente sagrado no sal: Está em nossas lágrimas e no mar.”

    “A consciência de uma planta no meio do inverno não está voltada para o verão que passou, mas para a primavera que irá chegar. A planta não pensa nos dias que já foram, mas nos que virão. Se as plantas estão certas de que a primavera virá, por que nós – os humanos – não acreditamos que um dia seremos capazes de atingir tudo o que queríamos?”

    O Amor...

    Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”
    E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão,
    e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:
    Quando o amor vos chamar, segui-o,
    Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
    E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
    Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
    E quando ele vos falar, acreditai nele,
    Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
    Como o vento devasta o jardim.
    Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
    Assim ele vos crucifica.
    E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
    Trabalha para vossa queda.
    E da mesma forma que alcança vossa altura
    E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
    Assim também desce até vossas raízes
    E as sacode no seu apego à terra.
    Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
    Ele vos debulha para expor vossa nudez.
    Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
    Ele vos mói até a extrema brancura.
    Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
    Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
    No pão místico do banquete divino.
    Todas essas coisas, o amor operará em vós
    Para que conheçais os segredos de vossos corações
    E, com esse conhecimento,
    Vos convertais no pão místico do banquete divino.
    Todavia, se no vosso temor,
    Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
    Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
    E abandonásseis a eira do amor,
    Para entrar num mundo sem estações,
    Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
    E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
    O amor nada dá senão de si próprio
    E nada recebe senão de si próprio.
    O amor não possui, nem se deixa possuir.
    Porque o amor basta-se a si mesmo.
    Quando um de vós ama, que não diga:
    “Deus está no meu coração”,
    Mas que diga antes:
    "Eu estou no coração de Deus”.
    E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
    Pois o amor, se vos achar dignos,
    Determinará ele próprio o vosso curso.
    O amor não tem outro desejo
    Senão o de atingir a sua plenitude.
    Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
    Sejam estes os vossos desejos:
    De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
    Que canta sua melodia para a noite;
    De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
    De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
    E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
    De acordardes na aurora com o coração alado
    E agradecerdes por um novo dia de amor;
    De descansardes ao meio-dia
    E meditardes sobre o êxtase do amor;
    De voltardes para casa à noite com gratidão;
    E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
    E nos lábios uma canção de bem-aventurança.
    Gibran Kahlil

    A Razão e a Paixão...(Gibran Kahlil)

    E a sacerdotisa adiantou-se novamente e disse: "Fala-nos da razão e da paixão". E ele respondeu, dizendo: Vossa alma é freqüentemente um campo de batalha onde vossa razão e vosso juízo combatem vossa paixão e vosso apetite. Pudesse eu ser o pacificador de vossa alma, transformando a discórdia e a rivalidade entre vossos elementos em união e harmonia. Mas como poderei fazê-lo, a menos que vós mesmos sejais também pacificadores, mais ainda, enamorados de todos os vossos elementos?

    Vossa razão e vossa paixão são o leme e as velas de vossa alma navegante. Se vossas velas ou vosso leme se quebram, só podereis derivar ou permanecer imóveis no meio do mar. Pois a razão, reinando sozinha, restringe todo impulso; e a paixão, deixada a si, é um fogo que arde até sua própria destruição.

    Que vossa alma eleve, portanto, vossa razão à altura de vossa paixão, para que ela possa cantar, E que dirija vossa paixão a par com vossa razão, para que ela possa viver numa ressurreição cotidiana e, como a fênix, renascer das próprias cinzas.

    Gostaria que tratásseis vosso juízo e vosso apetite como trataríeis dois hóspedes amados em vossa casa. Certamente não honraríeis um hóspede mais do que o outro; pois quem procura tratar melhor um dos dois, perde o amor e a confiança de ambos.

    Entre as colinas, quando vos sentardes à sombra fresca dos álamos brancos, compartilhando a paz e a serenidade dos campos e dos prados distantes, então que vosso coração diga em silêncio: "Deus repousa na razão". E quando bramir a tempestade, e o vento poderoso sacudir a floresta, e o trovão e o relâmpago proclamarem a majestade do céu, então que vosso coração diga com temor e respeito: "Deus age na paixão". E já que sois um sopro na esfera de Deus e uma folha na floresta de Deus, vós também devereis descansar na razão e agir na paixão.

    sexta-feira, 6 de maio de 2011

    Adorooooooooooo..... :)

    Estou exatamente onde você gostaria de estar....
    Na mesma hora e sentada no mesmo lugar ....
    Imaginando tudo que você queria falar....
    Fases sem sentido que só hoje consigo encontrar....
    O amor inocente que você tentou me mostrar....
    Agora ausente e sozinho busco encontrar....
    Vejo suas roupas do memso jeito jogadas no chão,minha marca no espelho carimbada com batom....
    Na nossa vitrola o último disco que você comprou lembra Johnny Cash embalando nosso amor....
    Você não imagina a falta que você me faz,o que me encomodava hoje já não encomoda mais......
    Suas pegadas descalças marcaram ochão,resto do perfume lembra o primeiro beijo no portão...
    Hoje sem sentido na casa que você escolheu,as janelas verdes tem a mesma tristeza que eu........



    Postei aqui outra letra de música que quando escutei amei........

    segunda-feira, 2 de maio de 2011

    Amo ...............

    Esta música me faz lembrar de um alguém .......bom sem comentários.....rs O começo dela eu postei uma outra vez agora vou colocar a letra  toda.......

    Observe a si mesmo a fim de ver se valeria pena.....
    Mostre ao mundo o quanto aprendeu olhando as estrelas...
    Se á flores espalhadas eu fiz por você..
    Sentimentos enjaulados livres os pés descalços procurando,pelo chão e por você..
    Observe a noite fria e as nuvens encobertas pela dor,não posso evitar esse seu olhar já não da pra esconder de ninguém o que realmente sou...
    To tentando te dizer que ainda existe amor,apesar de tudo aquilo que eu senti,apesar de tudo que ouvi você me dizer.....
    Ouça então o desejo te dizendo pra ficar comigo agora só mais está noite ou mais um instante te tocar me renova só assim vou sobreviver....
    Ouça então as batidas voltando ao meu coração aceleram ao te ver sorrindo.........aceleram por você....
    Por você ...só por VOCÊ.

    sábado, 23 de abril de 2011

    Simplesmente lindo!!!!!!!!!!!!!!!!

    Textos que nos faz pensar..........

    Charles Chaplin

    Sorri quando a dor te torturar
    E a saudade atormentar
    Os teus dias tristonhos vazios

    Sorri quando tudo terminar
    Quando nada mais restar
    Do teu sonho encantador

    Sorri quando o sol perder a luz
    E sentires uma cruz
    Nos teus ombros cansados doridos

    Sorri vai mentindo a sua dor
    E ao notar que tu sorris
    Todo mundo irá supor
    Que és feliz

    ISSO É MUITA SABEDORIA......................

    Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.
    Clarice Lispector

    Há momentos........

    Há momentos na vida em que sentimos tanto
    a falta de alguém que o que mais queremos
    é tirar esta pessoa de nossos sonhos
    e abraçá-la.

    Sonhe com aquilo que você quiser.
    Seja o que você quer ser,
    porque você possui apenas uma vida
    e nela só se tem uma chance
    de fazer aquilo que se quer.

    Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
    Dificuldades para fazê-la forte.
    Tristeza para fazê-la humana.
    E esperança suficiente para fazê-la feliz.

    As pessoas mais felizes
    não têm as melhores coisas.
    Elas sabem fazer o melhor
    das oportunidades que aparecem
    em seus caminhos.

    A felicidade aparece para aqueles que choram.
    Para aqueles que se machucam.
    Para aqueles que buscam e tentam sempre.
    E para aqueles que reconhecem
    a importância das pessoas que passam por suas vidas.

    O futuro mais brilhante
    é baseado num passado intensamente vivido.
    Você só terá sucesso na vida
    quando perdoar os erros
    e as decepções do passado.

    A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
    duram uma eternidade.
    A vida não é de se brincar
    porque um belo dia se morre.Clarice Lispector

    Pensamentos...... saudades.......

    Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
    Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
    Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
    Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
    Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
    Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
    Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto

    de querer sumir.
    Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
    Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
    Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
    Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
    Já tive crises de riso quando não podia.
    Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
    Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
    Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
    Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
    Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
    Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
    Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
    Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
    Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
    Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
    Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
    Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
    Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
    Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
    Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
    Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
    Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
    Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
    Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
    Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
    Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
    - E daí? EU ADORO VOAR!

    Clarice Lispector

    sexta-feira, 22 de abril de 2011

    Madrugada...........

    São exatamente 02:07 da madrugada,estou aqui depois de uns meses sem postar nada.Resolvi ler alguns textos de Caio Fernando de Abreu,os quais separei alguns para postalos aqui....Lendo esses textos me faz lembrar muito alguém que tenho muita saudades,também me faz muita falta.
    Bom mais não quero ficar mais triste do que já estou,deste alguém guardo boas lembranças pois as ruins tento esquecer.Penso que tanto eu como qualquer pessoa deveria conseguir apagar certas coisas da mente,pois as vezes é tão difícil conviver com a realidade do dia dia.
    Eu gostaria muito de aceitar mais as coisas da vida ou ao menos tentar entender,mas isso pra mim é realmente muito complicado.As vezes quero conhecer o mundo ver outras coisas conhecer outras pessoas,e ao mesmo tempo não quero nada apenas ficar no meu quarto sozinha no silêncio da minha solidão pois ali sei que não vou me aborrecer,me decepcionar e se acontecer será comigo mesma.Estou cansada sei que erro quem não erra nesta vida né,mais venho tendo muitas decepções com pessoas que conheço,que conheci muitas mesmo por isso amo minha solidão.........

    Eu tenho um dragão que mora comigo - Caio Fernando Abreu

    Eu adoro este texto,é de arrepiar simplesmente maravilhoso......

    Os dragões não conhecem o paraíso Tenho um dragão que mora comigo.
    Não, isso não é verdade.
    Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém.



    Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu. Ou invulgar, como imagino que os outros devam ser.



    Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele esteve comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado.



    E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs áridas da ausência dele, felizmente cada vez menos freqüentes (a aridez, não a ausência), pensei assim: Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo.
    Isso me pareceu gradiloqüente e sábio como uma idéia que não fosse minha, tão estúpidos costumam ser meus pensamentos. E tomei nota rapidamente no guardanapo do bar onde estava. Escrevi também mais alguma coisa que ficou manchada pelo café. Até hoje não consigo decifrá-la. Ou tenho medo da minha - felizmente indecifrável - lucidez daquele dia.
    Estou me confundindo, estou me dispersando.
    O guardanapo, a frase, a mancha, o medo - isso deve vir mais tarde. Todas essas coisas de que falo agora - as particularidades dos dragões, a banalidade das pessoas como eu -, só descobri depois. Aos poucos, na ausência dele, enquanto tentava compreendê-lo. Cada vez menos para que minha compreensão fosse sedutora, e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo a. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.
    Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada.
    Ninguém perguntará coisa alguma, penso. Depois continuo a contar para mim mesmo, como se fosse ao mesmo tempo o velho que conta e a criança que escuta, sentado no colo de mim. Foi essa a imagem que me veio hoje pela manhã quando, ao abrir a janela, decidi que não suportaria passar mais um dia sem contar esta história de dragões. Consegui evitá-la até o meio da tarde. Dói, um pouco. Não mais uma ferida recente, apenas um pequeno espinho de rosa, coisa assim, que você tenta arrancar da palma da mão com a ponta de uma agulha. Mas, se você não consegue extirpá-lo, o pequeno espinho pode deixar de ser uma pequena dor para se transformar numa grande chaga.
    Assim, agora, estou aqui. Ponta fina de agulha equilibrada entre os dedos da mão direita, pairando sobre a palma aberta da mão esquerda. Algumas anotações em volta, tomadas há muito tempo, o guardanapo de papel do bar, com aquelas palavras sábias que não parecem minhas e aquelas outras, manchadas, que não consigo ou não quero ou finjo não poder decifrar.
    Ainda não comecei.
    Queria tanto saber dizer Era uma vez. Ainda não consigo.
    Mas preciso começar de alguma forma. E esta, enfim, sem começar propriamente, assim confuso, disperso, monocórdio, me parece um jeito tão bom ou mau quanto qualquer outro de começar uma história. Principalmente se for uma história de dragões.
    Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a, nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja unicórnio, salamandra, harpia, elfo, hamadríade, sereia ou ogro. Duvido que um dragão conviva melhor com esses seres mitológicos, mais semelhantes à natureza dele, do que com um ser humano. Não que sejam insociáveis. Pelo contrário, às vezes um dragão sabe ser gentil e submisso como uma gueixa. Apenas, eles não dividem seus hábitos.
    Ninguém é capaz de compreender um dragão. Eles jamais revelam o que sentem. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, às três ou às onze da noite, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro, mas é mais previsível entre sete e nove da manhã, pois essa é a hora dos dragões) sempre batem a cauda três vezes, como se tivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja essa a sua maneira desajeitada de dizer, como costumo dizer agora, ao despertar - que seja doce.
    Mas no tempo em que vivia comigo, eu tentava - digamos - adaptá-lo às circunstâncias. Dizia por favor, tente compreender, querido, os vizinho banais do andar de baixo já reclamaram da sua cauda batendo no chão ontem às quatro da madrugada. O bebê acordou, disseram, não deixou ninguém mais dormir. Além disso, quando você desperta na sala, as plantas ficam todas queimadas pelo seu fogo. E, quanto você desperta no quarto, aquela pilha de livros vira cinzas na minha cabeceira.
    Ele não prometia corrigir-se. E eu sei muito bem como tudo isso parece ridículo. Um dragão nunca acha que está errado. Na verdade, jamais está. Tudo que faz, e que pode parecer perigoso, excêntrico ou no mínimo mal-educado para um humano igual a mim, é apenas parte dessa estranha natureza dos dragões. Na manhã, na tarde ou na noite seguintes, quanto ele despertasse outra vez, novamente os vizinhos reclamariam e as prímulas amarelas e as begônias roxas e verdes, e Kafka, Salinger, Pessoa, Clarice e Borges a cada dia ficariam mais esturricados. Até que, naquele apartamento, restássemos eu e ele entre as cinzas. Cinzas são como sedas para um dragão, nunca para um humano, porque a nós lembra destruição e morte, não prazer. Eles trafegam impunes, deliciados, no limiar entre essa zona oculta e a mais mundana. O que não podemos compreender, ou pelo menos aceitar.
    Além de tudo: eu não o via. Os dragões são invisíveis, você sabe. Sabe? Eu não sabia. Isso é tão lento, tão delicado de contar - você ainda tem paciência? Certo, muito lógico você querer saber como, afinal, eu tinha tanta certeza da existência dele, se afirmo que não o via. Caso você dissesse isso, ele riria. Se, como os homens e as hienas, os dragões tivessem o dom ambíguo do riso. Você o acharia talvez irônico, mas ele estaria impassível quanto perguntasse assim: mas então você só acredita naquilo que vê? Se você dissesse sim, ele falaria em unicórnios, salamandras, harpias, hamadríades, sereias e ogros. Talvez em fadas também, orixás quem sabe? Ou átomos, buracos negros, anãs brancas, quasars e protozoários. E diria, com aquele ar levemente pedante: "Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno. Os dragões não cabem nesses pequenos mundos de paredes invioláveis para o que não é visível".
    Ele gostava tanto dessas palavras que começam com in - invisível, inviolável, incompreensível -, que querem dizer o contrário do que deveriam. Ele próprio era inteiro o oposto do que deveria ser. A tal ponto que, quando o percebia intratável, para usar uma palavra que ele gostaria, suspeitava-o ao contrário: molhado de carinho. Pensava às vezes em tratá-lo dessa forma, pelo avesso, para que fôssemos mais felizes juntos. Nunca me atrevi. E, agora que se foi, é tarde demais para tentar requintadas harmonias.
    Ele cheirava a hortelã e alecrim. Eu acreditava na sua existência por esse cheiro verde de ervas esmagadas dentro das duas palmas das mãos. Havia outros sinais, outros augúrios. Mas quero me deter um pouco nestes, nos cheiros, antes de continuar. Não acredite se alguém, mesmo alguém que não tenha um mundo pequeno, disser que os dragões cheiram a cavalos depois de uma corrida, ou a cachorros das ruas depois da chuva. A quartos fechados, mofo, frutas podres, peixe morto e maresia - nunca foi esse o cheiro dos dragões.
    A hortelã e alecrim, eles cheiram. Quando chegava, o apartamento inteiro ficava impregnado desse perfume. Até os vizinhos, aqueles do andar de baixo, perguntavam se eu andava usando incenso ou defumação. Bem, a mulher perguntava. Ela tinha uns olhos azuis inocentes. O marido não dizia nada, sequer me cumprimentava. Acho que pensava que era uma dessas ervas de índio que as pessoas costumam fumar quando moram em apartamentos, ouvindo música muito alto. A mulher dizia que o bebê dormia melhor quando esse cheiro começava a descer pelas escadas, mais forte de tardezinha, e que o bebê sorria, parecendo sonhar. Sem dizer nada, eu sabia que o bebê sonhava com dragões, unicórnios ou salamandras, esse era um jeito do seu mundo ir-se tornando aos poucos mais largo. Mas os bebês costumam esquecer dessas coisas quanto deixam de ser bebês, embora possuam a estranha facilidade de ver dragões - coisa que só os mundos muito largos conseguem.
    Eu aprendi o jeito de perceber quando o dragão estava a meu lado. Certa vez, descemos juntos pelo elevador com aquela mulher de olhos-azuis-inocentes e seu bebê, que também tinha olhos-azuis-inocentes. O bebê olhou o tempo todo para onde estava o dragão. Os dragões param sempre do lado esquerdo das pessoas, para conversar direto com o coração. O ar a meu lado ficou leve, de uma coloração vagamente púrpura. Sinal que ele estava feliz. Ele, o dragão, e também o bebê, e eu, e a mulher, e a japonesa que subiu no sexto andar, e um rapaz de barba no terceiro. Sorríamos suaves, meio tolos, descendo juntos pelo elevador numa tarde que lembro de abril - esse é o mês dos dragões - dentro daquele clima de eternidade fluida que apenas os dragões, mas só às vezes, sabem transmitir.
    Por situações como essa, eu o amava. E o amo ainda, quem sabe mesmo agora, quem sabe mesmo sem saber direito o significado exato dessa palavra seca - amor. Se não o tempo todo, pelo menos quanto lembro de momentos assim. Infelizmente, raros. A aspereza e avesso parecem ser mais constantes na natureza dos dragões do que a leveza e o direito. Mas queria falar de antes do cheiro. Havia outros sinais, já disse. Vagos, todos eles.
    Nos dias que antecediam a sua chegada, eu acordava no meio da noite, o coração disparado. As palmas das mãos suavam frio. Sem saber porque, nas manhãs seguintes, compulsivamente eu começava a comprar flores, limpar a casa, ir ao supermercado e à feira para encher o apartamento de rosas e palmas e morangos daqueles bem gordos e cachos de uvas reluzentes e berinjelas luzidias (os dragões, descobri depois, adoram contemplar berinjelas) que eu mesmo não conseguia comer. Arrumava em pratos, pelos cantos, com flores e velas e fitas, para que os espaços ficassem mais bonito.
    Como uma fome, me dava. Mas uma fome de ver, não de comer. Sentava na sala toda arrumada, tapete escovado, cortinas lavadas, cestas de frutas, vasos de flores - acendia um cigarro e ficava mastigando com os olhos a beleza das coisas limpas, ordenadas, sem conseguir comer nada com a boca, faminto de ver. À medida que a casa ficava mais bonita, eu me tornava cada vez mais feio, mais magro, olheiras fundas, faces encovadas. Porque não conseguia dormir nem comer, à espera dele. Agora, agora vou ser feliz, pensava o tempo todo numa certeza histérica. Até que aquele cheiro de alecrim, de hortelã, começasse a ficar mais forte, para então, um dia, escorregar que nem brisa por baixo da porta e se instalar devagarzinho no corredor de entrada, no sofá da sala, no banheiro, na minha cama. Ele tinha chegado.
    Esses ritmos, só descobri aos poucos. Mesmo o cheiro de hortelã e alecrim, descobri que era exatamente esse quando encontrei certas ervas numa barraca de feira. Meu coração disparou, imaginei que ele estivesse por perto. Fui seguindo o cheiro, até me curvar sobre o tabuleiro para perceber: eram dois maços verdes, a hortelã de folhinhas miúdas, o alecrim de hastes compridas com folhas que pareciam espinhos, mas não feriam. Pergunte o nome, o homem disse, eu não esqueci. Por pura vertigem, nos dias seguintes repetia quanto sentia saudade: alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim.
    Antes, antes ainda, o pressentimento de sua visita trazia unicamente ansiedade, taquicardias, aflição, unhas roídas. Não era bom. Eu não conseguia trabalhar, ira ao cinema, ler ou afundar em qualquer outra dessas ocupações banais que as pessoas como eu têm quando vivem. Só conseguia pensar em coisas bonitas para a casa, e em ficar bonito eu mesmo para encontrá-lo. A ansiedade era tanta que eu enfeiava, à medida que os dias passavam. E, quando ele enfim chegava, eu nunca tinha estado tão feio. Os dragões não perdoam a feiúra. Menos ainda a daqueles que honram com sua rara visita.
    Depois que ele vinha, o bonito da casa contrastando com o feio do meu corpo, tudo aos poucos começava a desabar. Feito dor, não alegria. Agora agora agora vou ser feliz, eu repetia: agora agora agora. E forçava os olhos pelos cantos de prata esverdeadas, luz fugidia, a ponta em seta de sua cauda pela fresta de alguma porta ou fumaça de suas narinas, sempre mau, e a fumaça, negra. Naqueles dias, enlouquecia cada vez mais, querendo agora já urgente ser feliz. Percebendo minha ânsia, ele tornava-se cada vez mais remoto. Ausentava-se, retirava-se, fingia partir. Rarefazia seu cheiro de ervas até que não passasse de uma suspeita verde no ar. Eu respirava mais fundo, perdia o fôlego no esforço de percebê-lo, dias após dia, enquanto flores e frutas apodreciam nos vasos, nos cestos, nos cantos. Aquelas mosquinhas negras miúdas esvoaçavam em volta delas, agourentas.
    Tudo apodrecia mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Atento somente à minha dor, que apodrecia também, cheirava mal. Então algum dos vizinhos batia à porta para saber se eu tinha morrido e sim, eu queria dizer, estou apodrecendo lentamente, cheirando mal como as pessoas banais ou não cheiram quando morrem, à espera de uma felicidade que não chega nunca. Ele não compreenderia. Eu não compreendia, naqueles dias - você compreende?
    Os dragões, já disse, não suportam a feiúra. Ele partia quando aquele cheiro de frutas e flores e, pior que tudo, de emoções apodrecidas tornava-se insuportável. Igual e confundido ao cheiro da minha felicidade que, desta e mais uma vez, ele não trouxera. Dormindo ou acordado, eu recebia sua partida como um súbito soco no peito. Então olhava para cima, para os lados, à procura de Deus ou qualquer coisa assim - hamadríades, arcanjos, nuvens radioativas, demônios que fossem. Nunca os via. Nunca via nada além das paredes de repente tão vazias sem ele.
    Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte. Dunas, geleiras, estepes. Nunca mais reflexos esverdeados pelos cantos, nem perfume de ervas pelo ar, nunca mais fumaças coloridas ou formas como serpentes espreitando pelas frestas de portas entreabertas. Mais triste: nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. A não ser o belo, que é de ver, não de mastigar, e por isso mesmo também uma forma de desconforto. No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades - que não aconteciam, mas que importa? - a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada.
    Hoje, acho que sei. Um dragão vem e parte para que seu mundo cresça? Pergunto - porque não estou certo - coisas talvez um tanto primárias, como: um dragão vem e parte para que você aprenda a dor de não tê-lo, depois de ter alimentado a ilusão de possuí-lo? E para, quem sabe, que os humanos aprendam a forma de retê-lo, se ele um dia voltar?
    Não, não é assim. Isso não é verdade.
    Os dragões não permanecem. Os dragões são apenas a anunciação de si próprios. Eles se ensaiam eternamente, jamais estréiam. As cortinas não chegam a se abrir para que entrem em cena. Eles se esboçam e se esfumam no ar, não se definem. O aplauso seria insuportável para eles: a confirmação de que sua inadequação é compreendida e aceita e admirada, e portanto - pelo avesso igual ao direito - incompreendida, rejeitada, desprezada. Os dragões não querem ser aceitos. Eles fogem do paraíso, esse paraíso que nós, as pessoas banais, inventamos - como eu inventava uma beleza de artifícios para esperá-lo e prendê-lo para sempre junto a mim. Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia.
    Quando volto apensar nele, nestas noites em que dei para me debruçar à janela procurando luzes móveis pelo céu, gosto de imaginá-lo voando com suas grandes asas douradas, solto no espaço, em direção a todos os lugares que é lugar nenhum. Essa é sua natureza mais sutil, avessa às prisões paradisíacas que idiotamente eu preparava com armadilhas de flores e frutas e fitas, quando ele vinha. Paraísos artificiais que apodreciam aos poucos, paraíso de eu mesmo - tão banal e sedento - a tolerar todas as suas extravagâncias, o que devia lhe soar ridículo, patético e mesquinho. Agora apenas deslizo, sem excessivas aflições de ser feliz.
    As manhãs são boas para acordar dentro delas, beber café, espiar o tempo. Os objetos são bons de olhar para eles, sem muitos sustos, porque são o que são e também nos olham, com olhos que nada pensam. Desde que o mandei embora, para que eu pudesse enfim aprender a grande desilusão do paraíso, é assim que sinto: quase sem sentir.
    Resta esta história que conto, você ainda está me ouvindo? Anotações soltas sobre a mesa, cinzeiros cheios, copos vazios e este guardanapo de papel onde anotei frases aparentemente sábias sobre o amor e Deus, com uma frase que tenho medo de decifrar e talvez, afinal, diga apenas qualquer coisa simples feito: nada disso existe.
    Nada, nada disso existe.
    Então quase vomito e choro e sangro quando penso assim. Mas respiro fundo, esfrego as palmas das mãos, gero energia em mim. Para manter-me vivo, saio à procura de ilusões como o cheiro das ervas ou reflexos esverdeados de escamas pelo apartamento e, ao encontrá-los, mesmo apenas na mente, tornar-me então outra vez capaz de afirmar, como num vício inofensivo: tenho um dragão que mora comigo. E, desse jeito, começar uma nova história que, desta vez sim, seria totalmente verdadeira, mesmo sendo completamente mentira. Fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite, sozinho neste apartamento no meio de uma cidade escassa de dragões, repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:
    - Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce.
    Não, isso também não é verdade.

    Remar....Re-amar

    Eu entro nesse barco, é só me pedir.
    Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou.
    Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso
    preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou.
    Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando
    em torno de mim mesma.Mas olha, eu só entro nesse barco
    se você prometer remar também!
    Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes.
    Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito,
    vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer
    que vai remar também, com vontade!
    Mas você tem que remar também.
    Eu desisto fácil, você sabe.
    E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos,
    mas eu entro nesse barco, é só me pedir.
    Perco o medo de dirigir só pra atravessar
    o mundo pra te ver todo dia.
    Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir.
    Mas a gente tem que afundar junto
    e descobrir que é possível nadar junto.
    Eu te ensino a nadar, juro!
    Você tem que me prometer
    que essa viagem não vai ser a toa,que vale a pena.
    Que por você vale a pena.
    Que por nós vale a pena.
    Remar.
    Re-amar.

    Ontem...............

    Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto.

    Você...saudades......

    “Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”

    Ovelhas Negras

    "Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva."

    "Eu não estou esperando por esse homem que não é só esse mas todos e nenhum como uma sede do que nunca bebi sem forma de águas apenas na estreiteza do aquiagora eu espero por ele desde que nasci e desde sempre soube que na hora da minha morte misturando memórias e delírios e antevisões um pouco antes a última coisa que perguntarei seria um mas onde está mas onde esteve esse tempo todo (...) Então você sempre esteve aí uma vida de procuras sem te achar e silêncio para então morrer de morte morrida sem volta de vida gasta marcada de muitas cicatrizes de vida retalhada por muitos cortes mas nunca mortais a ponto de impedir este ridículo ate na hora de minha morte amém."

    "Seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções."

    "Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele."

    "Fico vivendo uma vida toda pra dentro, lendo, escrevendo, ouvindo música o tempo todo."

    "Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir o nãos que a vida te enfia goela abaixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar café e continuar."

    "Penso: quando você não tem amor, você ainda tem as estradas."

    Natureza viva

    "Só não saberás nunca que neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva. Como um trapezista que só repara na ausência da rede após o salto lançado, acendes o abajur do canto da sala depois de apagar a luz mais forte. E começas a falar."

    'Acontece porém que não tinham preparo algum para dar nome às emoções, nem mesmo para entendê-las.'

    "...depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim e em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro"

    "Não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia."

    "Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem".

    "...sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo meu Deus como você me doía de vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes pra abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu Deus como você me dói de vez em quando"

    Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."

    "... tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara."

    Extremos da Paixão......

    "... Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos".

    "Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva".

    "Subi correndo no primeiro bonde, sem esperar que parasse, sem saber para onde ia. Meu caminho, pensei confuso, meu caminho não cabe nos trilhos de um bonde".

    "Fico tão cansada às vezes, e digo pra mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. E fico horas sem pensar absolutamente nada: (...)
    Claro, é preciso julgar a si próprio com o máximo de rigidez, mas não sei se você concorda, as coisas por natureza já são tão duras para mim que não me acho no direito de endurecê-las ainda mais."
    "Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva pra Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo bem."

    Pensamentos!!!

    Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar."

    "Será que, à medida que você vai vivendo, andando, viajando, vai ficando cada vez mais estrangeiro? Deve haver um porto."

    "Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis."

    "Meu coração tá ferido de amar errado."

    "Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos."

    "É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado."

    "Tô exausto de construir e demolir fantasias. Não quero me encantar com ninguém."

    "Quem diria que viver ia dar nisso?"

    "Mas sempre me pergunto por que, raios, a gente tem que partir. Voltar, depois, quase impossível."

    "Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável."

    "Fiquei tão só, aos poucos. Fui afastando essas gentes assim menores, e não ficaram muitas outras. Às vezes, nos fins de semana principalmente, tiro o fone do gancho e escuto, para ver se não foi cortado. Não foi."

    "Não choro mais. Na verdade, nem sequer entendo por que digo 'mais', se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia.Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro,fora."

    "Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra."

    "A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro."

    "Importante é a luz, mesmo quando consome. A cinza é mais digna que a matéria intacta".

    "Tudo já passou e minha vida não passa de um ontem não resolvido"

    "Teu único apoio será a mão estendida que, passo a passo, raciocinas com penosa lucidez, através de cada palavra estarás quem sabe afastando pra sempre."

    "Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo."

    "Tenho uma vontade besta de voltar, às vezes. Mas é uma vontade semelhante à de não ter crescido"

    "E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrario: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda"

    "Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim"

    "O que tem me mantido vivo hoje é a ilusão ou a esperança dessa coisa, "esse lugar confuso", o Amor um dia. E de repente te proíbem isso. Eu tenho me sentido muito mal vendo minha capacidade de amar sendo destroçada, proibida, impedida"

    "Tenho dias lindos, mesmo quietinhos"

    "Mas sempre me pergunto por que, raios, a gente tem que partir. Voltar, depois, quase impossível"

    "O tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato"

    "Não é verdade que as pessoas se repitam. O que se repetem são as situações"

    "Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado"

    domingo, 16 de janeiro de 2011

    Amor

    Eu vivo assim...
    Feliz por ter você,
    ainda que hoje tão somente em pensamentos.
    Eu vivo assim...
    Triste, a te esperar,
    sem saber quando vais voltar
    e em teus braços conquistar
    todo o colorido de meu ser,
    todo amor que existe em seu olhar a me encantar.
    Tu és o motivo de tanta emoção,
    de gratidão pelo amor que sinto,
    dor que rasga meu coração,
    esperança viva para viver assim...
    Eu vivo assim...
    Por que não me vens aquietar,
    descansar meu coração?
    Um sentimento duvidoso sisma
    em me perguntar qual o motivo
    de tanto te amar;
    E por mais que eu queira
    pensar em te esquecer,
    tal esforço me faz
    mais e mais te querer!
    Não tenho razão para tirar razão de te amar...
    Eu vivo assim...para te amar, te amar...
    E só por você todos os dias me encantar!!!

    VOCÊ!!!!



    Eu teria achado você,se você não tivesse me achado!
    O som que vem do coração,nossos corpos se harmoniza e ultrapassam o silêncio de todas barreiras!
    è como a Lua na eterna busca dos amantes monarcos,como as estrelas no vazio silêncio da noite!
    Onde os solitários buscam quebrar o silêncio, com seus passos lentos por ruas solitarias!
    Como alguém que olha a noite e busca apenas respostas!
    Como alguém que sente a  brisa soprando melodia fria em nossos corações!
    E sai em busca das batidas de um outro coração,ainda sim tão solitário como o nosso!
    Harmonicamente o universo rege ao nosso favor!
    Eu teria achado você,se você não tivesse me achado!
    Eu teria ouvido o som que vem do seu coração!
    Eu  teria cruzado seu olhar com o meu olhando a mesma estrela!!!!
    Bastaria olhar pra saber qu era você!
    Só VOCÊ!!!!!